Histórias, suor e ciência no campo com a marca da Unitins

Mesa-redonda dos 25 anos da Agrotins mostra o pioneirismo da universidade

SAMIR RYAM GABRIEL DIAS LEÃO Agrotins 25 anos 16/05/2025 17:29

Professores durante mesa-redonda no auditório da Unitins na Agrotins 2025 (Nathalia Rezende/Dicom Unitins)



O último dia da participação da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) na Agrotins anos foi um mergulho no tempo. Uma mesa-redonda reuniu professores que, mais do que testemunhas, foram protagonistas da história da feira e da presença constante da universidade nesse processo. Com mediação da professora Flávia Barreira Gonçalves, diretora de Fomento à Iniciação Científica, o bate-papo celebrou os 25 anos da feira e os avanços conquistados pela Unitins em pesquisa agropecuária.

O professor Expedito Cardoso, coordenador-geral do Centro de Pesquisa Agroambiental de Várzea (CPAV), relembrou o início de tudo. Sem infraestrutura, com Kombi capotando na estrada e muita garra na bagagem, ele e outros colegas começaram a construir o que viria a ser uma referência em pesquisa aplicada no estado. “Eu tenho mais de 50 pontos no rosto, de um acidente numa dessas viagens para pesquisa. A gente não tinha quase nada, mas tinha vontade. E ainda tem, agora com mais experiência e estrutura”, contou.

Expedito também destacou o pioneirismo da Unitins ao testar culturas que hoje despontam no Tocantins, como o feijão-mungo. “Hoje o Tocantins é destaque nacional nessa cultura, mas a gente já plantava isso aqui em 1994. O que hoje parece novidade, a gente começou a desenvolver há 30 anos”, reforçou. Segundo ele, a pesquisa agrícola é um trabalho de longo prazo, que exige visão de futuro: “uma variedade leva 10, 15 anos para ficar pronta. Se a gente não começar agora, vai demorar ainda mais”, comentou.

A professora Roberta Zani da Silva, do curso de Engenharia Agronômica/Câmpus Palmas, também compartilhou suas memórias. Chegou à Unitins em 2007 com uma bolsa do CNPq e viveu intensamente sua primeira Agrotins já naquele ano. “A nossa alegria era espalhar arroz na vitrine experimental às três da manhã. Não tinha show, não tinha alojamento, não tinha glamour. Mas tinha paixão pelo que a gente fazia”, disse, arrancando risos da plateia.

Ela lembrou ainda da época em que a feira era feita quase que exclusivamente por instituições públicas e da importância da vitrine experimental mantida pela universidade, que sempre atraiu caravanas de estudantes e produtores interessados nas inovações da pesquisa local. “A gente plantava girassol, arroz, soja, até pião manso e mamona vermelha. Testamos de tudo. A Agrotins era o palco da pesquisa agropecuária feita no Tocantins, com a marca da Unitins”, lembrou.

O professor Lucas Naoe, do Projeto de Interiorização Universitária (TO Graduado), também participou da mesa e ressaltou o compromisso da universidade com a inovação e a formação de profissionais preparados para os desafios do campo. A conversa misturou lembranças, piadas internas, histórias de parto de bezerro durante a feira e, principalmente, uma certeza: a Unitins é parte indissociável da história da Agrotins.

O saldo da participação da universidade na edição deste ano reafirma seu papel como referência em ciência, tecnologia e extensão no Tocantins. Mais do que placas ou banners, o legado da Unitins se mede nas sementes plantadas, muitas delas, literalmente, que hoje colhem frutos em propriedades por todo o estado.

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