A escritora Súsie Fernandes e a acadêmica Larissa Oliveira durante roda de conversa (Fotos: Carlos de Bayma/ Dicom Unitins)
O Grupo de Estudos e Pesquisas da Literatura Tocantinense (Geplit) realizou, na noite dessa terça-feira, 6, no Câmpus Palmas da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), uma roda de conversa que discutiu temas como turismo, praias artificiais e barraqueiros e barqueiros atingidos por barragens. O momento contou com a participação da escritora Súsie Fernandes, autora do livro “O que vi (e registrei) no caminho das águas”.
As rodas de conversa são realizadas como suporte ao desenvolvimento do projeto ‘Estudo e divulgação da Literatura Tocantinense em espaços pedagógicos e sociais’ contemplado no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Extensão (Pibiex), sob responsabilidade da acadêmica do 5º período de Pedagogia, Larissa Oliveira de França, mediadora dos encontros, juntamente com o professor doutor Rubens Martins.
Para a bolsista Larissa Oliveira, “essa temática ambiental sobre as hidrelétricas é um assunto bem interessante porque faz parte da história do Tocantins. Um assunto interessante para trabalhar nas escolas, porque muitas das crianças da atualidade não sabem como foram construídas as praias, como a história se passou, e eu acho muito importante os registros desse livro, porque podem ser trabalhados na sala de aula. O livro foi escrito no contexto da pandemia, que eu acho um tema necessário de ser trabalhado. Muito interessante essas duas temáticas, tanto a questão ambiental quanto a história do Estado”.
Sobre o encontro, a escritora Súsie Fernandes destacou que “foi um momento de socializar informações sobre o livro, mas é muito difícil falar do livro sem falar da trajetória que eu tenho desde 2012 pesquisando sobre o impacto da Usina Hidrelétrica Estreito no associativismo ribeirinho, principalmente com as associações de barraqueiros e de barqueiros que exercem atividades nas praias artificiais localizadas na margem do lago da Usina Hidrelétrica, no estado do Tocantins. E, a partir do momento que eu falo da minha pesquisa, eu já cito possibilidades de pesquisa para outros pesquisadores, não só apresentar o que eu pesquisei, mas mostrar as lacunas que estão aí, para que os demais pesquisadores possam supri-las nas suas pesquisas”.
Já o coordenador do Geplit, professor Rubens Martins, explicou que “esse encontro é muito significativo porque é o momento em que nos servimos de um estudo de mais uma obra de uma escritora do Tocantins, e uma obra que retrata questões a respeito de pessoas atingidas por barragens, que as indenizações não foram satisfatórias. Mas também é uma obra que nos apresenta o cuidado que devemos ter com o meio ambiente. Além disso, como é uma obra que trata de atingidos por barragens, discute muito a respeito da questão da memória daquelas pessoas que foram atingidas, que tiveram de sair dos seus lugares por conta do lago da hidrelétrica, que no caso é a hidrelétrica do Estreito, que atingiu vários municípios, sendo um dos principais o município de Babaçulândia. E, na próxima terça-feira, 13, a roda de conversa literária será com a escritora Luciane Ribeiro, e faço o convite a vocês que são interessados pela Literatura do Tocantinense a participarem desse encontro que vai discutir o livro Lara, a Arara Azul, do Cerrado Tocantinense.”,
Prestigiando a roda de conversa, o diretor do Câmpus Palmas, professor mestre Ulisses Cunha, ressaltou que o momento “foi bastante produtiva e proporcionou importantes reflexões, acerca do tema retratado pela escritora, e acerca do exercício da escrita. Exercício este que exige trabalho árduo, constante e bastante persistência".