Encontro realizado no auditório do Câmpus Palmas com o filme "Cotas, uma porta aberta" (Foto: Arquivo Pessoal)
O "Cineclube Afroindígena em (Re)ação" é uma iniciativa destinada a criar um espaço de encontro para pessoas interessadas em explorar e compreender as realidades dos povos negros e indígenas no Brasil. O projeto promove sessões de exibição de filmes seguidas de debates, permitindo que os participantes reflitam e se engajem com as histórias e desafios enfrentados por essas comunidades.
A aluna do curso de Pedagogia e participante do projeto, Ana Vitória das Dores Câmara, destaca a importância de que todos os acadêmicos da universidade conheçam a relevância dos temas tratados no projeto, que estão presentes no cotidiano de maneira visível e invisível. “Participar deste projeto é buscar uma formação completa para um pedagogo. Precisamos de uma formação específica na área da educação, capaz de entender todos os contextos dos estudantes. Podemos discutir de forma educativa e interativa os temas abordados, preparándonos para lidar com situações de racismo e a disseminação de informações falsas sobre os povos originários. É essencial que combatamos esses problemas.”
O professor John Max ressalta que “o movimento cineclubista surge com a ideia de agrupar pessoas para assistir a uma obra audiovisual e, em seguida, debater. Neste sentido, nasce a proposta do Cineclube Afroindígena em (Re)ação, como uma forma de exibirmos filmes que nos permitam conhecer, aprender e nos emocionar com a bravura e vitalidade dos povos negros e indígenas. Espera-se, com os encontros, provocar nos participantes novos imaginários a respeito de grupos vulneráveis, desvelando estigmas e estereótipos arraigados em torno desses corpos. Além disso, almeja-se discutir coletivamente uma nova forma de enxergar, perceber e sentir o mundo.”
O projeto conta com a parceria do Coletivo Enegrecer, uma organização dedicada à promoção da cultura negra e ao combate ao racismo.
O presidente do Coletivo Enegrecer, Diego Panhussatti, afirma que a prática de cinema e debate é muito comum em movimentos sociais, universidades e outros meios, pois busca desenvolver de forma crítica e científica o tema em questão. “Isso se deve ao papel da arte em si. O filme é uma produção artística, e as manifestações artísticas nos transportam para outro mundo, permitindo-nos ver, perceber e sentir de forma intensa aquela situação, vivência ou experiência. O cine debate proporciona uma reflexão mais profunda sobre esses temas.”
Encontros
A primeira sessão do cineclube ocorreu no último sábado, 31, no auditório do Câmpus Graciosa. O filme “Cotas, uma porta aberta” foi o primeiro a ser abordado pelo projeto.
A coordenadora do curso de Pedagogia, Mariany Montino, afirma que “o projeto Cineclube Afroindígena em (Re)ação, do professor John Max, é uma excelente oportunidade para tratar temas que envolvem a exclusão dessas populações. O documentário discutido pela primeira vez aborda a importância da defesa das cotas na graduação e pós-graduação para o fortalecimento da promoção da igualdade racial e o combate ao racismo acadêmico. É uma discussão sempre necessária para a universidade.”
As sessões do cineclube são abertas à comunidade acadêmica e ao público em geral.