Professor Ricardo Limongi, da UFG e Fernando Ornelas, da Xertica do Brasil, durante roda de conversa, medida pelo professor Marco Antônio, da Unitins
Teve continuidade nesta segunda-feira, 29, a Semana Integrada da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), com o painel “IA na educação: explorando novas fronteiras”, que contou com a participação do professor Ricardo Limongi, da Universidade Federal de Goiás (UFG) e Fernando Ornelas, costumer engineer da Xertica do Brasil, parceira do Google para América Latina. A mediação ficou por conta do professor Marco Antonio Firmino, do curso de Sistemas de Informação/Câmpus Palmas.
A programação foi aberta pelo reitor Augusto Rezende que, na oportunidade, falou da importância do tema dentro da formação continuada. “A educação tem avançado sempre em novas ferramentas. O nosso aluno está cada vez mais antenado, cada vez mais conectado e nós professores temos a obrigação de evoluir sempre, por isso, a importância desse processo formativo que nos coloque dentro de uma discussão moderna, madura e que nos ajuda a explorar todas as tecnologias disponíveis”, disse o reitor, desejando a todos um excelente semestre letivo.
O professor doutor Ricardo Limongi, abriu a roda de conversa citando um pensamento do pesquisador Sid Dobrin que, segundo ele, ilustra bem a realidade das salas de aula. “Presumimos que nossos alunos são inerentemente nativos digitais, mas eles nem sempre entendem as maneiras profissionais e éticas de implantar novas tecnologias como a geração de IA. Eles precisam ser ensinados a usar essas ferramentas de forma responsável, eficaz e eficiente”.
Ricardo deu alguns exemplos práticos de como preparar os alunos para uso da Inteligência Artificial em sala de aula. “Costumizar com aplicação de questionário para montagem de perfil dos alunos. É importante o professor saber o que os alunos pensam. Temos que aceitar que eles irão usar IA”, disse, aconselhando os professores a buscar atualização sempre e a conversar sobre inteligência artificial com frequência com os alunos. “Mais uma vez teremos a tecnologia como aliada, mas temos que usar a IA com responsabilidade e ética”, declarou.
Fernando Ornelas fez uma apresentação de vários modelos de uso de Inteligência Artificial para atender casos específicos. “Podemos utilizar o conceito de IA na avaliação automatizada. Então eu posso automatizar a avaliação de testes, de trabalhos, com palavras repetitivas, permitindo que os docentes se concentrem mais no ensino e menos na correção”, orientou, lembrando que antes da automação se levava muito tempo com correção.
Ornelas, em sua apresentação, chamou atenção para o enorme desafio dos professores nos tempos atuais. “Hoje o desafio do professor não é só com o conteúdo que precisa repassar, mas conseguir atender a enorme diversidade dentro de uma sala de aula. O aluno às vezes já chega pronto em sala de aula, com um monte de perguntas, com um monte de contextos”. Para ele o uso da IA no contexto da educação precisa se preocupar principalmente com o aspecto ético. “O mais importante quando a gente cria um prompts é que você peça fontes do que está pesquisando, que você use o seu neural para pesquisar se aquela informação é verdadeira”, recomendou.
“Errar faz parte do processo de aprendizagem”, observa Ornelas, chamando atenção para o risco do aluno terceirizar o aprendizado, ao utilizar a IA para substituí-lo no desenvolvimento das tarefas. Neste caso, Ornelas adverte que o aluno corre o risco de perder a oportunidade de aprendizado. Por fim, defendeu que a Inteligência Artificial vai sempre depender do seu humano. “Sem pessoa não existiria IA”.
Os debatedores ainda responderam uma série de perguntas dos participantes sobre papel do professor no uso da IA na educação, modelos próprios para educação, personalização do ensino, dentre outros assuntos. “Vejo IA como um meio e não como fim. Como o professor a IA é um mediador. O aluno não tem que ficar só com o conteúdo do professor, também não pode ficar só com a IA”, apontou Limongi. “Ao professor cabe o papel de mediador e orientador”, completou Ornelas.
Além da sala de aula
A programação da manhã desta segunda-feira, 29, encerrou com a palestra motivacional, “Além da sala de aula, proferida por Omar Hennemann que destacou a importância do propósito na vida de todos nós. “O propósito dá sentido à vida. O propósito vai muito além das metas. Compreendo isso nós vamos ter compromisso com nossos valores. Nosso propósito é nossa carteira de identidade”.
Para a professora Luzinete Almeida, coordenadora de Formação Continuada, a roda de conversa sobre IA na educação foi esclarecedora e provocativa, demonstrando que a inteligência artificial oferece insights valiosos para melhorar as estratégias pedagógicas. “Na educação universitária, a IA desempenha um papel crucial ao transformar e modernizar o ensino e a aprendizagem. Ela possibilita a personalização do ensino, atendendo às necessidades individuais dos alunos e promovendo um aprendizado mais eficiente e eficaz”, defende, complementando, “assim, a IA não só enriquece a experiência educacional, mas também prepara os estudantes para um mercado de trabalho cada vez mais digital e tecnologicamente avançado”.
A vice-reitora, professora Darlene Castro, destaca que a Semana de Formação Continuada da Unitins já é um marco pedagógico que faz parte do nosso calendário acadêmico e tem por eixo central integrar professores, tutores presenciais tutores à distância e equipe técnica administrativa para juntos, refletir e ampliar as ações e estratégias pedagógicas com o foco na melhoria contínua dos índices e aprendizagem dos acadêmicos.
“A deste semestre é mais especial, pois temos 132 professores efetivos que passam a fazer parte do nosso corpo docente. Desejo que todos possam aproveitar ativamente toda a programação e que estejamos renovados para um excelente 2024/2”, saudou a professora.
