Professora doutora Joana Maria Pedro ministrando palestra sob a mediação da professora doutora Temis Gomes Parente (Fotos: Nonato Silva/ Dicom Unitins)
Com o tema “Serviço Social, Equidade Racial e Inclusão”, a XIII Semana Acadêmica de Serviço Social da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) promoveu uma série de oficinas e palestras. A programação, iniciada no Câmpus Palmas, teve com o objetivo promover o debate e a reflexão, compreender o papel do Serviço Social, fortalecer a consciência crítica, incentivar ações práticas, e ampliar a rede de apoio e diálogo.
Participaram da solenidade de encerramento a pró-reitora de Graduação, professora doutora Alessandra Ruita Czapski dos Santos, o professor Rubens Martins, representando o coordenador do curso de Serviço Social, professor mestre Geovanni Bezerra, a professora doutora Joana Maria Pedro, e a professora doutora Temis Gomes Parente.
E, como não poderia ser diferente, o encerramento da programação se deu em grande estilo, na noite dessa sexta-feira, 17, no auditório da sede administrativa da Unitins, com a palestra “Mandonas: memórias, políticas e feminismos no Cone Sul (1980-2020)”, ministrada pela renomada pesquisadora professora doutora Joana Maria Pedro (UFSC), sob a mediação da professora doutora Temis Gomes Parente (UFT).
A mediadora, professora Temis Parente, ressaltou que “trazer a pesquisadora Joana Pedro para o Tocantins, uma sumidade mundial nessa discussão, é fantástico. Para a Unitins é mais ainda, pois vai estimular pesquisas nessas temáticas. Falta parar e olharmos essa temática. Muito contente por estar aqui hoje na Unitins, eu trabalhei aqui, comecei minha carreira acadêmica aqui na Unitins. Para mim é uma felicidade imensa participar desse evento”.
Joana Maria Pedro, que coordena diversos grupos de pesquisa, inclusive com foco na participação da mulher na política, destacou avanços significativos no segmento, mas deixou bastante claro que é longa a caminhada com muitos desafios a serem vencidos, muitas convenções a serem reformuladas. A pesquisadora também pontuou que quando se tem uma mulher à frente de uma prefeitura, investimentos com Saúde e Educação são mais acentuados.
“O que impede as mulheres de estarem em cargo de poder? Além dessa cultura que faz com que tenham que dar conta da prefeitura, da casa, dos filhos, do marido. Na pesquisa uma ou outra relatou ter ajuda do marido. No geral, contam com ajuda de outras pessoas para ajudar, sejam familiares, empregados. Elas não têm aquilo que os homens que ocupam cargos de poder têm, que é uma esposa. Pois, ter uma esposa significa que a casa vai estar limpa, se o filho está doente é ela que vai cuidar. Elas não têm essa vantagem e a sociedade precisa mudar nessa direção. As pessoas precisam compreender que a casa é de todos, todos precisam cuidar, e os filhos a mulher não fez sozinha”, questionou a palestrante.
As prefeitas, explicou Joana, “gastam mais que os prefeitos com questões sociais. Isso não sou eu que estou dizendo, são pesquisas que já existem. Quando elas estão à frente das prefeituras, verifica-se mais investimento em escolas, mais creches, mais postos de saúde. De qualquer maneira, não importando o partido que elas estejam, o que se observa é que quando é uma mulher à frente de uma prefeitura aumenta o gasto com saúde e educação. Isso é diferente, e é uma coisa boa para as pessoas e para a cidade. Também prefeitas trouxeram indústrias, estradas, como tantos prefeitos. Mas o diferencial, não importando o partidos de onde venham, é essa preocupação com saúde e educação. Que tenhamos mais mandonas na política”.
Para Ana Cláudia Pereira Queiroz, estudante do 4° período de Serviço Social, “o tema é muito pertinente, pois, nós, mulheres, estamos, à todo momento, abrindo espaço. Novas conquistas, novas possibilidades nesse mundo muito machista. É nossa luta diária. E cada vez que encontramos representatividade diante de uma pessoa que luta por nós, que abre caminhos para que nossos sucessos venham a se configurar enquanto mulher de poder, de uma época em que está se formando um novo tempo. Isso é muito importante, é a nossa voz, é o nosso espaço, é o nosso futuro”.
A pró-reitora de Graduação, professora Alessandra Ruita Czapski dos Santos se mostrou muito contente com o sucesso e participação na Semana de Serviço Social. “Esse evento teve característica ímpar que nos deixou muito felizes e gratas, porque tivemos aqui a doutora Joana Pedro, uma escritora de gênero com livros renomados que usamos nas nossas aulas, e isso nos deixou extremamente honrados. Participar de um evento de Serviço Social que discute equidade racial e inclusão é, para além de ser um movimento da academia, é também um movimento político, é um posicionamento na questão da diversidade, de poder debater e discutir os caminhos que a profissão toma para abraçar a diversidade no Tocantins, na profissão, dentro da academia”.
Pró-reitora de Graduação, professora doutora Alessandra Ruita Czapski dos Santos