Serviço Social e Pedagogia debatem sobre o corpo negro no imaginário coletivo

O Cine Debate faz parte dos 21 Dias de Ativismo contra o Racismo

JULLY ANNA SANTOS E SANTANA Câmpus Palmas 18/03/2023 14:00

Debate sobre o corpo negro no imaginário coletivo (Fotos: Jully Santana/Dicom Unitins)


 

Estudantes e professores dos cursos de Serviço Social e Pedagogia da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) Câmpus Palmas se reuniram no auditório para assistir e debater as questões retratadas pelo documentário "A negação do Brasil", por meio do tema "A representação negra em telenovelas e seu reflexo no imaginário coletivo", no último dia 18.


A iniciativa foi do professor John Max Santos Sales, economista, especialista em Educação Empreendedora, mestre em Planejamento Urbano e Regional e doutorando em Planejamento Urbano e Regional, que compõe do colegiado dos cursos de Engenharia Agronômica, Pedagogia e Serviço Social do Câmpus Palmas.


A presidente do Centro Acadêmico de Serviço Social, Daniela Peixinho, do 5º período, julgou que o debate foi importante para a construção da carreira de Assistente Social. “É importante que nós, estudantes de Serviço Social, tenhamos essa compreensão sobre o povo negro, as suas lutas, a sua resistência no Brasil. O evento trouxe um resgate histórico em relação ao audiovisual, às novelas, e como era restrita a participação das pessoas negras. Tudo isso também traz o recorte para a nossa profissão, da nossa atuação diante dessa questão social que atinge, principalmente, as pessoas negras. Foi de suma importância para a formação profissional”, completou a estudante. 

 

Estudante questiona professor Sales sobre o documentário  



A coordenadora do Curso de Pedagogia, Mariany Almeida Montino, somou o debate levantando exemplos reais de mulheres negras que ocupam espaços que não são comuns a elas e isso gera estranheza, o que faz com que elas lidem com as questões de racismo com maior intensidade. Outro ponto relevante de sua participação está na instrução dos futuros professores que poderão que lidar com situações racistas em sala de aula e estarão preparados para agir adequadamente.


“A questão do racismo estrutural é um debate necessário de ser feito. Para a pedagogia, essa questão é fundamental, ajuda a aguçar esse olhar do futuro professor. Desmistificar tudo, fazer com que a gente reveja as nossas próprias estruturas é o primeiro passo, intervir em questões das relações raciais que acometem o dia a dia de um professor. Gostei muito da participação dos estudantes e espero que a gente construa outras oportunidades para falar disso”, complementou a coordenadora.


Para Sales, Serviço Social e Pedagogia são cursos que trabalham diretamente com as questões sociais, seja no atendimento social ou em sala de aula com as crianças. Mesmo assim, este debate é e continua aberto, uma vez que o combate ao racismo é um trabalho coletivo.  “Trazer as telenovelas como o foco para debater esse tema é importante, porque as telenovelas contribuem para a produção e cristalização de imaginários. E se por muitos anos o negro e as negras foram colocados nessas obras audiovisuais em condição de inferioridade, então isso quer dizer que essa visão da novela expande para a sociedade brasileira e se cristaliza a presença de negros em condição de subalternidade, como se o corpo negro não pudesse alçar outros espaços”, explicou o professor. 


A ação faz parte da programação nacional dos 21 Dias de Ativismo contra o Racismo, que acontece durante o mês de março. Para participar das próximas ações de forma on-line, basta acompanhar a programação do movimento.

 

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